Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie
“Assassinato no Expresso do Oriente” publicado em 1934 pertence ao cânone icônico de Agatha Christie, é, portanto, uma obra sempre associada ao nome da autora. Como sugere o título, o livro é ambientado no trem Expresso do Oriente que liga Londres à Bagdá, no qual embarcou Hercule Poirot, que recebeu uma solicitação de urgência para resolver um caso em Londres. Portanto, pega o trem, que está quase completamente lotado, buscando retornar. Por conta do mau tempo, o trem é obrigado a parar no meio do caminho, considerando os perigos envolvendo uma forte nevasca.
Como é costume de Christie logo
somos apresentados a uma situação problema: enquanto o trem estava parado,
houve um assassinato, um dos passageiros foi brutalmente esfaqueado durante a
madrugada. Podemos observar que essa é outra característica importante, comum a
outras obras, os ambientes permitem, de maneira lógica que o assassino ainda
esteja rondando o trem, e mais, pode ser absolutamente qualquer um. No início a
situação parece complexa e insolúvel, mas chegando as resoluções percebemos que
é mais simples do que aparenta.
Quando Poirot inicia a investigação,
inaugura-se uma parte do livro que contém os testemunhos dos investigados, no
formato de depoimentos podemos acompanhar várias versões, de diferentes
personagens sobre o mesmo acontecimento; a morte de um passageiro. O que
realmente enriquece a obra, porque abre brecha para que o leitor, junto a
Poirot, interprete os fatos e crie suas próprias hipóteses e teorias. Mesmo que
esse momento se arraste por muitas páginas, o que torna a leitura um pouco pesada,
considerando que são acontecimentos que o leitor já está ambientado, mesmo
assim a cada versão surgem novos indícios e detalhes revelados, por isso o
exercício realmente vale a pena.
Seguindo as investigações, logo fica
claro que a vítima estava envolvida com um crime muito conhecido que gerou uma comoção
muito grande, exatamente por isso havia uma grande quantidade de pessoas que
podiam ser consideradas inimigos do assassinado, portanto tinham bons motivos
para que o americano fosse morto. Muitos personagens são apresentados ao longo
da narrativa, mas como se trata de um livro curto, a quantidade de personagens
não permite que sejam totalmente desenvolvidos, mas são condizentes com o
enredo, pois a partir deles podemos perceber que, aparentemente, são pessoas
comuns, e mesmo assim todos são categorizados como suspeitos.
“Assassinato no Expresso do Oriente”
tem um enredo conectado que segue a sequência da investigação criminal, no qual
o detetive Poirot metodicamente apresenta e liga pistas que são capazes de
revelar o assassino. Mecanicamente o detetive analisa evidências e testemunhos,
e não demora a encontrar furos e falsificações que tentam desvia-lo do seu
objetivo principal. É um caso bastante interessante, mas em minha opinião não
chega a ser o melhor da autora em comparação a outras obras que apresentam mais
complexidades, mesmo assim não perde seu mérito, como se tornou muito famoso,
costuma ser este o livro que primeiro interessa os leitores em geral,
considerando a grande quantidade de títulos da autora, o livro é um bom exemplo
das histórias de Christie, e faz um ótimo convite aos leitores para se buscarem
por outras obras, e como todo livro de Christie vale muito o tempo de leitura.
Sorcha
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