Título: Cinco Porquinhos
Autora: Agatha Christie
Ano da primeira publicação: 1943
Editora: Globo
No de páginas: 320
Autora: Agatha Christie
Ano da primeira publicação: 1943
Editora: Globo
No de páginas: 320
“Este porquinho foi a feira, este
porquinho ficou em casa, este porquinho comeu rosbife, este porquinho não comeu
nada e este porquinho gritou “uí uí uí”
até chegar em casa”
Poirot
está com uma mania de canções infantis no momento e é esta que vem a sua cabeça
enquanto busca a verdade de mais um crime. A verdade é o que prometeu para a
jovem que o impressionou ao adentrar seu escritório.
Carla
Lemarchart acaba de completar 21 anos e por esta razão recebe uma carta escrita
16 anos antes. A autora é sua mãe, Caroline Crale, que morreu na prisão
condenada pelo assassinato de seu marido (pai de Carla), o famoso pintor Amyas
Crale. Nesta carta Caroline alega sua inocência.
A
filha acredita nisso e diz a Poirot que sua mãe era o tipo de pessoa que diria
a verdade, mesmo que doesse, para ela a carta bastaria. Entretanto, Carla está
noiva e seu noivo tem dúvidas e passa a lançar a ela olhares desconfiados,
cheio de medo de uma possível repetição na história. Por esta razão o famoso
detetive belga é contratado, como escrito no primeiro parágrafo, promete
descobrir a verdade, ainda que o crime tenha ocorrido a 16 anos. Mas isso não é
um problema pra quem cultua o uso das células cinzentas.
Poirot
vai atrás então das fontes sobre o julgamento e condenação e este é um dos
aspectos mais interessantes do livro. Iniciando com as fontes oficiais do processo
e usando de sua astúcia característica, conversa com os advogados de defesa e
acusação, o superintendente da polícia e em seguida as cinco testemunhas do
crime: O melhor amigo da vítima, Philip Blake; o vagaroso irmão deste, Meredith
Blake; Elsa Greer, garota presunçosa com quem Amyas estava tendo um caso;
Cecília Williams, preceptora de; Angela Warren a meia irmã de Caroline, que
tinha apenas 15 anos na época do crime. Após obter o relato oral destas,
solicita que enviem um relato por escrito com uma descrição detalhada, com tudo
que possam lembrar, por menos importante que pareça.
O livro é
dividido em três partes, sendo a segunda os cinco relatos escritos.
Incrívelmente não é algo maçante, pois cada narrativa, a despeito de alguns
fatos em comum, apresenta vários lados e informações diferentes e junto com
Poirot tentamos entender quem foi Caroline Crale e se ela realmente cometeu o
crime.
Na
terceira parte Poirot volta a cada uma das testemunhas com uma pergunta para cada e
por fim reúne a elas, Carla e seu noivo para apresentar sua versão dos fatos,
reconstituindo o crime.
Envolvente
e intrigante é um livro desafiador. Como historiadora em formação achei
brilhante o uso das fontes e a verossimilhança com as divergências narrativas,
sempre nos fazendo contextualizar: quem fala? E duvidar e inquietar-se diante
das informações.
A Garota das Laranjas
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